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Vinthium - Banda Rock de São Jorge
Navegador n.º 178 - Janeiro de 2008

     A Banda de Rock Vinthium surgiu em 1997, e foi fundada pelos irmãos Luís Filipe e Dino Duarte, naturais do Farrobo, São Jorge. Para este ano têm previstos dois concertos ao vivo.
     O Navegador realizou uma entrevista ao Luís Filipe (baterista) com presença também do irmão Dino (vocalista) para saber um pouco do percurso da banda.

     (Navegador) - Quando surgiu a banda?

     (Luís Filipe) - Foi mais ou menos em Julho de 1997, na altura em que o Dino comprou a primeira guitarra, que começamos com essa ideia de banda.

     

     O que vos fez tomar a iniciativa de formar uma banda?

     Foi o gosto pela música que eu sempre tive. Sempre gostei bastante de tocar e havia algumas bandas, tipo Nirvana, Green Day, Metallica, que ao ouvi-las, era aquela sensação "quero fazer aquilo, quero fazer igual".

     

     Dificuldades iniciais

     A principal dificuldade no início, foi conseguir os instrumentos, porque eram caros, e como andávamos na escola não havia assim muito dinheiro.

     

     Como surgiu o nome da banda?

     O nome que arranjamos para a banda - "Vinthium", não é que tenha muito significado, foi um que inventamos. O nome surgiu de uma conversa que tivemos nós os dois. O Dino tinha o número 21 por ser um bom número, um número de sorte, e eu disse-lhe: "escreve-se o número 21 por extenso". Mas como aquilo por extenso ficava um bocado estranho, tiramos o "e" pusemos o "h" e o "i", foi basicamente isso.

     

     Estilos de musica que tocam

     É Rock. Mas dentro deste rock há uma música mais pesada, uma mais leve, uma mais calma uma mais rápida...

     A nossa intenção desde o principio foi fazer musica que nós gostássemos, e que o pessoal gostasse também, e para nos divertirmos. O que tocamos é um rock leve, divertido tipo Xutos e Pontapés, com algumas músicas em inglês outras em português.

     

     As músicas que vocês tocam são originais?

     No início, ainda antes de começarmos a banda propriamente

     dita, começamos a tocar as músicas das bandas de que se gostava. Depois, houve em Santana o Festival Rock Santana, e veio uma banda do Funchal os Nude, que a gente gostava, e fomos lá ver. No outro dia de manhã, pensamos: "...fogo, se os gajos fazem musicas originais, a gente também vai fazer. Se eles podem, a gente também pode!" Desde essa altura em Maio de 1998, começamos a compor e a tocar músicas originais. "Pick me" foi a primeira música da banda.

     

     Elementos que actualmente compõem a banda

     Actualmente somos três. Luís Filipe na bateria, Dino Duarte na guitarra e voz, e ais recentemente entrou a Dina Trindade para o Baixo.

     

     Elementos que já passaram pela banda

     No início estavam o Jerónimo e o Jorge. O Jerónimo saiu porque foi para o Funchal estudar, e o Jorge foi para a Universidade no continente. Passado uns tempos, entrou o Paulo Nuno como baixista, e ainda ficou na banda uns dois anos, mas acabou por sair.

     

     Onde ensaiam

     Em casa. Desde o princípio sempre tivemos lá um quarto onde aproveitamos para lá colocar o material, todos os instrumentos, a bateria que ocupa um bocado de espaço.

     

     Quais as vossas influências

      Principalmente Nirvana e Green Day. Depois com o passar dos anos um pouco de Metallica, Megadeth, Ugly Kid Joe, The Offspring. Em português Xutos e Pontapés. De tudo um pouco.

     

     As vossas actuações

     Até agora têm sido apenas pela net. Houve também uma pequena actuação na escola de São Jorge, num convívio de grupo de jovens do Porto. Não estava nada programado, e foi tudo decidido na hora. Na altura ainda não tinha bateira e não pude tocar.

     

     Ensaios e investimento em material para Banda

     Não temos dia marcado, quando queremos tocar ou ensaiar fazemos, embora actualmente não se toca tanto como antes.

     Quanto a investir em material para a banda, acho que nunca fizemos outra coisa desde que começamos a trabalhar e a ganhar dinheiro.

     Temos sempre algo para comprar que faz falta à banda, um cabo, um prato, um pedal, uma coluna...

     Neste momento já temos o mínimo com condições para tocar, já houve alturas piores em que não havia amplificadores, que a bateria só tinha um prato ou dois, não é como agora que tenho pratos a favor e posso escolher em qual quero tocar.

     

     Tiveram alguns apoios

     Nunca tivemos. Nem moral nem monetário. No que se refere a apoios isto foi um pouco como remar contra a maré, tocar porque se gosta. Muitas vezes, em vez das pessoas apoiarem, ainda dão para trás.

     Quer seja com risinhos, quer seja com frases, com palavras, com expressões. Mas nos últimos tempos tem melhorado, desde que colocamos na Internet temos recebido muitos comentários positivos.

     Mas antes de estar na Internet, não existia apoio, poucas pessoas sabiam da banda, mas essas poucas pessoas que sabiam, não davam muito valor e ignoravam um bocado.

     

     Ate formarem a banda, a musica já fazia parte do vosso quotidiano

     Já, e meu irmão sempre foi cantor desde pequeno. Eu sempre tive umas quebras para bateria, sempre gostei muito de tocar.

     Aliás, antes de ter uma bateria verdadeira, quando era pequeno tive uma bateria de latas. A vontade era tanta que pegava em latas de tinta, e plástico de estufa e fiz uma bateria.

     A música sempre nos interessou. Se calhar é algo de família. A minha mãe diz que já o nosso avô materno tocava, e também o nosso avô paterno gostava de tocar e cantar esses bailinhos.

     

     Como aprenderam a tocar

     Foi por nossa conta. Não andamos em conservatório. O Dino tinha lá em casa um livro com tudo sobre acordes de guitarra, que o padrinho dele tinha lhe oferecido quando ele era pequeno. Nós, desde pequenos destruímos tanta coisa, e aquele livro nunca se destruiu, vai-se lá saber porquê. E ele tinha sempre a mania que aquilo ainda deveria servir. A partir desse livro que tinha acordes e a convivência com o Jerónimo e o Huberto, um amigo do Faial, que também tocavam guitarra, fomos aprendendo aos poucos.

     Mas não temos o ensino próprio de conservatório, tanto que sabemos pouco de teorias, sabe-se é de ouvido.

     Depois descobrimos as tablaturas, que são uma espécie de pautas que se tira da Internet, que em vez de vir com notas musicais, as notas são substituídas por números, e é utilizado por quem não tem formação musical e aprendemos muito a partir disso.

     À medida que íamos aprendendo e tocando algumas coisas que a gente gostava, fomos melhorando algumas coisas das nossas composições.

     Depois se temos um som de guitarra que se gosta guarda-se, um som de bateria fica na memória, é a questão de se ir juntando e construindo uma musica.

     O Dino arranja um som de guitarra que eu acho porreiro há uma letra por lá que se fez noutra altura, e depois é colocar um ritmo de bateria para acompanhar e vamos construindo como um puzzle e assim fica uma musica.

     Há umas melhores outras piores.. olha... é Vinthium!

     

     Bandas de Rock

     Há muitas bandas que quando se formam começam com aquela ideia "Somos uma banda de rock, temos de ter uma atitude difícil, quando se chegar aos lugares temos de ser gajos duros e tem-se de falar mal, e temos de fumar e beber cerveja" e não é assim, não tem nada a ver. O pessoal toca aquela musica porque gosta e não tem de chegar acima do palco e ter más atitudes, e falar mal ou mandar bocas, há muito essa ideia à volta do rock.

     Infelizmente há pessoas ligadas ao rock e fazem isso, e a seguir difamam as coisas. Sempre gostei de bandas que tocam, mas que não têm essa atitude como Megadeth e Nirvana, tocam pelo gosto por aquele som.

     

     Concertos para breve

     Para este ano temos marcados dois concertos. Um na Ribeira Funda, no dia 13 de Junho, e também está marcado para participarmos no Arraial Temático possivelmente no sábado à noite, dia 9 de Agosto.

     Podem ouvir as músicas na Internet nos seguintes sites:
http://www.youtube.com/vinthium
http://vinthium.hi5.com
http://www.lastfm.pt/user/Vinthium

Idalina Pacheco