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Era mais uma tarde de fim-de-semana, fui visitar um familiar, pois ainda não estava de férias, assim aproveitei os dias de folga para o fazer. Após uma grande troca de impressões, a conversa estava actualizada e foi-me colocada a questão da ida ou não a um lar. Fiquei reticente, pois já conhecia o local e sabia que não era um lugar de alegria, mas reflecti o facto de ser um sítio onde quem lá está vive fechado e cercado por um muro de apatia e desgaste físico, além do drama psicológico. Aceitei o desafio e fui como acompanhante para a visita. Perplexa fiquei ao aproximar-me da pessoa que eu já conhecia e que fora visitar; uma senhora idosa, creio que já tinha mais de 80 anos, pois ao seu lado estava uma outra idosa muito magra e com ar abatido... olhei-a nos olhos e senti uma tristeza medonha e profunda... Mas ela veio ao meu encontro com as mãos... agarrou a minha mão como uma criança que se agarra á mão dos pais com firmeza e confiança... senti que aquele aperto de mão era um gesto de solidariedade... partilha... algo inexplicável e completo... enquanto lá estive senti que a minha mão era o aconchego... e foi apenas um longo aperto de mão anónimo!...
Por vezes não sabemos o valor de um sorriso, uma palavra, um gesto... um mero aperto de mão que apenas tinha de genuíno a since-ridade e disponibilidade para o outro... e foi apenas um aperto de mão anónimo!
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