Deixa que a Luz se faça
Às vezes na escuridão
A quem seja insolente
Lançando para o exterior
A discórdia permanente
Infelizes intranquilos
Insertos sem ideais
Não procuram, não encontram
A liberdade e a paz
Talvez não tenham noção
Em seu terrível proceder
Haverá uma razão
Para tal acontecer
É triste e sinto pena
Isto não me passa ao lado
Faço esforço e fecho os olhos
Mas permaneço acordado
Não pretendo ser juiz
Muito menos condenar
Não serei nada prudente
Quem quer que seja julgar
Ó bom Deus do Céu perdoa
Trás luz e vem libertar
Tu sabes que nada temos
Quem não tem não pode dar
Há tantas bonitas flores
Num mundo de imensidão
Ignoramos o jardim
Que é o nosso coração
Muitas vezes está vazio
Sem forças e esgotado
Está confuso às escuras
Timidamente enganado
Procuremos a claridade
Partindo para o verdadeiro
Não fiquemos não por partes
Mas medidas por inteiro
No horizonte além mar
Por todo o lado no espaço
Combatendo até à meta
Numa luta sem cansaço
Na pequenez ou fraqueza
Procuramos ter presente
Que a força do infinito
Nos transforma realmente
No silêncio do pensamento
Há sempre a ânsia da graça
Afirmando nosso ser
Deixando que a Luz se faça
Águeda Correia
Navegador n.º 180 - Março de 2008
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